Foto da Pousada do Rio Quente – para mim, saber envelhecer é isto – sair em busca de novos lugares, sair da frente da televisão e viajar. Viajar muito.
Essa é bem minha maneira de pensar sobre a vida e sobre o envelhecer.
Ainda ontem, num almoço com minhas grandes amigas, daquelas que vivem no lado esquerdo do peito, discutíamos isso - SABER ENVELHECER - sem plásticas, lipo-aspirações, botox, cabelos tingidos e tudo mais que a ciência moderna faz para disfarçar o envelhecimento. Quero deixar claro que não tenho nada contra as pessoas que fazem tudo isso. Cada um sabe o que lhe proporciona felicidade, e isso é o que conta.
Os cientistas não sabem fazer como deixar o espírito jovem. Isso cabe a cada um escolher: como envelhecer: plastificado ou com todas as marcas da vida, mas com dignidade e sabedoria.
Não adianta nada, o tempo deixará suas marcas. Mais cedo ou mais tarde, vai chegar uma hora em que não haverá mais pele para esticar e nem lugar para segurar os silicones ou colocar botox. Lógico que devemos nos cuidar, é questão até de respeito consigo mesmo, para com seu corpo e sua mente.
Quando me olho no espelho, curto cada ruga, cada cabelo branco - são eles as marcas do que vim aprendendo pela vida.E não foi pouco. Mesmos os achaques da velhice valem a pena. Como diz o meu sábio endocrinologista:
"na vida só temos duas opções: - morrer cedo, e aí não teremos os achaques da velhice; - morrer velho, e aí ter todas aquelas dores e aquele monte de remédios para tomar e idas aos médicos para controle (com raras exceções).
Na vida, depois que nascemos, sabemos que um dia chegaremos lá - só cabe a nós escolher a melhor forma.
Não querer fazer aos sessenta e oito (minha idade, que ostento com orgulho) o que fazia aos trinta e oito. Cada idade tem sua beleza e sabedoria.”
Dizia ainda meu médico que “é covardia essa comparação. Só devemos nos comparar com pessoas de nossa idade. Se estamos fazendo o mesmo - ótimo - estamos dentro do esperado. Se estamos fazendo mais, parabéns - somos vencedores recordistas. Só devemos nos preocupar se estivermos fazendo menos do que é desejado para as pessoas de nossa faixa etária.”
Vejam bem, essas palavras acima não são minhas, mas de meu endocrinologista e me foram ditas quando, há muitos anos atrás, reclamei que já não fazia mais tudo o que fazia aos trinta e cinco anos. Na ocasião eu tinha cinquenta anos.
Aprendi a lição e não reclamo mais.
Para mim é viver cada momento intensamente - não deixando nada para depois, porque não sei, e nem quero saber, como será o amanhã - pois como diz a música:
"O amanhã será como Deus quiser".
Beijos