Nutracêutico é o nome que se dá ao alimento que promove a saúde. O alho é nutracêutico, o hambúrguer dos fast-foods não, pois, ao contrário, promove doenças. Você viu o filme Super size me - a dieta do palhaço? Assista! Já está nas locadoras.
O alho, que dá aquele sabor tão gostoso às comidas, é definido pelos botânicos como uma lilácea. Na sua composição encontram-se sustâncias que promovem a redução da pressão arterial. Ele é, portanto, extremamente útil às pessoas que têm pressão alta. O alho ainda é, reconhecidamente, um forte reconstituinte de nossas defesas imunológicas com propriedades antitumorais e anticarcinogênicos. Rico em flavonóides e selênio, é considerado um potente antioxidante. Combate a bactéria hely-cobacter pylori (h pylori) que se aloja no intestino (fruto de alimentos mal higienizados).
As boas e antigas vovós, que já o sabiam, preparavam chá de alho contra os resfriados. Dois ou três dentes picados, cozidos em água filtrada, tomados uma ou mais vezes por um ou mais dias são extremamente eficientes, mais do que muita coisa anunciada pela tevê. Alguns casos são curados de uma noite para o dia seguinte, especialmente se a dormida for acompanhada de cobertores. O número de vezes e dias depende exclusivamente da condição do organismo que vai ser protegido, ou seja, se ele está mais forte ou mais enfraquecido.
Contra-indicação? Tudo tem, porém, os alimentos costumam ser menos agressivos que os produtos farmacêuticos, principalmente se sintéticos. Alguém me relatou caso de hipotensão quando comia frango a passarinho, fortemente incrementado com alho frito. Entretanto, nada lhe acontecia quando comia seu feijãozinho e arroz devidamente temperado com alho. Como já nos foi lembrado: "a diferença entre um remédio e um veneno é a dose...". "Faz do teu alimento o teu remédio..." É bom lembrar que cada organismo reage diferentemente. A alergia que ataca uma pessoa não ataca outras. Apenas para citar um caso dentre inúmeros, vamos pegar o leite de vaca, tão recomendado pelas altas doses de cálcio, mas tão alergênico ou intolerado por muita gente. Jean Carper, que para escrever seu livro manteve um forte e estreito contato com inúmeras universidades e pesquisadores, relata em "Alimentação, o melhor remédio para sua saúde" (pág. 157 da edição brasileira, Campus): "Cerca de 70% da população do mundo não pode tomar leite nem consumir lacticínios (com exceção do iogurte) sem ter problemas gástricos. É genético e acontece mais freqüentemente entre descendentes de povos africanos, asiáticos e mediterrâneos...".
Há netinhos das nossas boas avós, alguns por pura birra, consideram o cheiro do alho insuportável. Para esses foram criadas pastilhas. Uma em particular é associada ao tomilho, outro produto natural que lhe agrega mais propriedades. A grande vantagem, para esses netinhos, é que, através de processos especiais, conseguiu-se eliminar esse inconveniente: o cheiro do alho.
Uma parenta do alho, lilácea também, é a Aloe Vera (para os íntimos: Babosa). Ela é tida como planta medicinal por excelência. Assim como o alho, ela é conhecida e reconhecida há milênios. A babosa é uma planta de múltiplas aplicações, podendo ser utilizada, tanto internamente como externamente. A Aloe Vera é dada como: reidratante, querolítica, ou seja, permite a que a pele ferida ou danificada se desprenda com renovação de tecido com células novas, inibidora da dor, antiinflamatória, antiprurígica (prurido, coceira), anti-hemorrágica, anti-séptica e capaz de realizar ações anticoagulantes, cicatrizantes, de aumentar a eliminação de toxinas, antibióticas, energizantes, digestivas, melhorar a assimilação de nutrientes etc. Ufa!
Enfim, melhora qualidade de vida. Só para você ter uma idéia, fazem parte de sua constituição: Beta caroteno (precursor da vitamina A), vitaminas B1, B2, B6 e B12 (outras fontes desta vitamina no reino vegetal são a Pfafia Paniculata e algas), vitamina C, vitamina E, fosfato de cálcio, potássio, ferro, sódio, magnésio, manganês, cobre, cromo, colina (um dos compostos da lecitina indispensáveis ao organismo), mono e polissacarídeos, aminoácidos (sete dos essenciais estão presentes), enzimas (catalase, celulase, creatina fosfoquinase, proteolitíase, fosfatase, amilase, nucleotidase), ácidos graxos, ligninas, saponinas, antraquinonas etc. Ufa de novo!
Dentre os vários usos relacionados pelo Dr. Márcio Bontempo, temos: cosméticos, sabonetes, loções para a pele, xampus, bronzeadores, eficaz contra as manchas da pele, queimaduras de todos os graus, útil nas úlceras varicosas, erisipelas, necrose dos tecidos, úlceras comuns, gangrenas, inflamações, eczemas, queda de cabelo, feridas nos olhos e nas hemorróidas de quaisquer tipos, úlceras de decúbito (escaras em pacientes acamados), coriza de rinites alérgicas. Ufa! Ufa! Tem mais, mas vamos parar aqui.
Se você se liga em usar a comida como fator de saúde, o livro da Jean é um bom começo, mas, ATENÇÃO, você precisa perceber como seu organismo reage. O que é bom para seu vizinho pode não ser para você, assim como, o que faz mal a ele poderá não fazer a você. Esteja atento às dosagens. A água que mata a sua sede poderá afogá-lo. Depende de como e quanto você usa. Se você quiser saber mais sobre a Aloe, você vai ter que recorrer ao A. Baalbach, "A flora medicinal na medicina doméstica", Meira Penna, "Dicionário de plantas medicinais" e outros. Se você tiver interesse sobre o assunto, avise-me, preparo uma bibliografia para você. Se quiser aparecer para alguma palestra, confira a agenda. Costumo falar de nutrição e saúde e de temas a elas relacionadas como colesterol, triglicerídeos, menopausa, TPM etc. Coisas que todo mundo devia saber.