Desde tempos imemoriais o ser humano busca se relacionar com um outro ser humano. Sabemos que não é fácil, mas temos a tendência de jogar no outro e/ou nas circunstâncias externas as dificuldades que surgem desses relacionamentos.
A astrologia é um instrumento que traz através do mapa natal e da sinastria uma maior compreensão dessas dificuldades e, também, das nossas facilitações. A sinastria é a comparação dos mapas de duas pessoas, como elas interagem, fluindo ou sob tensão, em todas as áreas de suas vidas. Antes desse estudo, porém, é preciso analisar profundamente os mapas individuais dessas duas pessoas.
A questão principal que todos nós buscamos é: como viver um relacionamento harmonioso, saudável e feliz?
Há alguns anos venho fazendo parte de grupos de estudos de vários assuntos que, no fundo, estão interligados. Num desses grupos o autor escolhido é Eva Pierrakos. Em seu livro Criando União ela fala: 'Nascemos mulher e homem, e um anseia pelo outro, pois precisamos um do outro, precisamos unir-nos ao "outro" física, emocional e espiritualmente'. Nos capítulos 2 e 3 ela nos fala, respectivamente, sobre: "Os princípios masculino e feminino no processo criativo", "As forças do amor, de Eros e da sexualidade".
Como compreender esses ensinamentos através da linguagem astrológica?
A primeira coisa que me chama a atenção é: descobrir mais profundamente quem sou eu. É importante saber qual a minha motivação nessa vida, qual a minha essência. Não podemos ou não devemos negar a nossa essência. O sol no nosso mapa fala do princípio masculino do ser. Quais são as nossas ações e atitudes para conseguirmos aquilo que desejamos? É preciso ter energia, força, coragem para ultrapassar os obstáculos que nos impedem de alcançar o nosso objetivo. Não ficarmos presos à raiva nem a agressividade. A competição é saudável quando acontece no mundo esportivo. Ela não é necessária num relacionamento a dois. O Marte no nosso mapa é o princípio da ativação.
E como vão as nossas emoções? Contidas, represadas? Ou provocam inundações? Como somos, cada um de nós, na intimidade? Que padrões e hábitos arraigados de comportamento ainda não conseguimos assumir ou mudar? Somos pessoas autonutridoras, nutridoras do outro ou somos chantagistas emocionais? A lua fala da nutrição e quando associada a Netuno, ela traz o princípio da aceitação.
A Vênus no nosso mapa vai mostrar como nós damos e recebemos afeto e se somos pessoas que compartilham, pessoas cooperadoras. Então, como vai a nossa auto-estima? Quais são os nossos valores? Necessidade excessiva do outro? A questão da estabilidade financeira é forte nos seus relacionamentos? A Vênus fala do amor pessoal, ainda com posse, com presença, com sensualidade. A Vênus em harmonia com Netuno traz o amor incondicional e, também o princípio da não-interferência.
Mas para que o relacionamento aconteça é preciso haver troca, diálogo. Para isso é necessário desenvolvermos a capacidade de comunicação e de percepção que Mercúrio nos dá. Mercúrio fluído com Saturno nos traz a arte de saber ouvir, falar e calar na hora certa.
Será Mercúrio a ponte (Eros) entre o sexo (Marte) e o amor (Vênus)?
Só o tempo nos dará as respostas. É preciso, no entanto, não perder o entusiasmo, as oportunidades (Júpiter) que surgem nos nossos caminhos. É preciso, também, assumir o compromisso e a responsabilidade (Saturno) em mudar (Urano) aquilo que podemos e devemos mudar. Além de aceitar e entregar com fé (Netuno) o que não podemos mudar porque não depende de nós. Fazer as transformações necessárias (Plutão) sem resistências inúteis. Só então poderemos nos tornar seres mais verdadeiros sendo realmente quem somos.