Estava buscando um texto para utilizar num pps e, sem que eu quisesse ou escolhesse, encontrei um que se tornou um presente para mim mesma. Por quê? Ao acaso o escolhi e só depois de formatado, vi que refletia a minha vida, a minha grande perda, que dura até hoje, mas que me fez uma mulher capaz de amar a vida cada vez mais.
Aprendi há 43 anos passados, que o luto serve para vermos a luz depois do túnel, mesmo que não seja tão esplendorosa como antes, ela existe e devemos caminhar em direção a ela. O que não podemos é ficar em luto eterno, porque nada voltará a ser como antes; e passado é passado e só vale recorrer a ele para doces recordações.
Artur da Távola sabia, como ninguém, interpretar os sentimentos. No texto que escolhi, ele fala da da perda de um grande amor e como essa perda nos prepara para a vida. Como ele diz: ”nada há a dizer a quem está sofrendo uma perda de amor - tem-se que aprender sozinho” . Eu aprendi e amo a vida. Por experiência própria sei disso, as dores de amor que já passei estão aqui guardadas no meu bauzinho, mas a chave fica escondida para não ter a tentação de ir vasculhá-lo toda hora - só quando a saudade aperta.
A música - "Hino ao amor" - é outro presente que me dou - representa a grande força do amor - que vai além da separação - acredito eu que vá até ao infinito.
Vejam, curto muito todas as minhas saudades, mas sem sofrimento, só com uma doce nostalgia, que acho faz bem ao coração.
Chega.
Afinal hoje é dia de alegria - é meu aniversário.