Através da tecnologia, o mundo está mudando rapidamente, só que ainda tem gente tentando abrir novas portas com velhas chaves – aquelas enferrujadas que não servem mais. Por isso tem se falado tanto em apagão de lideranças, isto é, as antigas não servem mais, o mundo exige novas lideranças. E estamos sentindo um apagão também em todas as áreas e níveis de profissionais – aqueles qualificados, preparados para essas novas condições de trabalho. Assim, com o Brasil em crescimento e com as mudanças significativas nos postos de trabalho, aumenta ainda mais a falta de profissionais talentosos.
Essa tecnologia que altera o mundo também modifica os comportamentos e o modo de ser dessas novas gerações que estão aí, com um repertório de comportamentos bem diferenciados e que lidam de forma distinta com a hierarquia e outros aspectos no âmbito empresarial. Com isso, o mundo passou a repensar o tipo de liderança que se pratica hoje. E está se agravando, porque agora temos além da geração Y, também as gerações Z e Alfa, que não sabemos como vão se comportar e que regras vão ditar, pois ainda estão em formação. E não adianta ir contra e não querer enxergar, porque essa revolução no mundo não tem volta.
O grande e atual desafio do gestor é reconhecer que precisa promover não só em seus liderados, mas primeiro em si mesmo, a tão falada evolução humana necessária para aumentar sua capacidade de liderar essas pessoas que estão vindo aí, e para enfrentar as mudanças com as quais terão que lidar no mundo e no mercado. Estamos todos mais exigentes, tanto os clientes internos – os colaboradores – quanto os clientes externos – os consumidores – queremos ser tratados de forma mais humana e respeitosa.
Quando as pessoas não têm opção, elas aceitam qualquer tipo de emprego, mas agora isto está começando a ficar bem diferente. Atualmente os novos profissionais não aceitam mais o ambiente conturbado e agressivo, nos quais pode existir o Assédio Moral, e, mais grave ainda, o Burnout (tipo de estresse ocupacional, durante o qual a pessoa consome-se física e emocionalmente, resultando em exaustão e em um comportamento agressivo e irritadiço). Agora também a mais nova “descoberta” é o Presenteísmo em oposição ao Absenteísmo (a falta ao trabalho). Chega-se à conclusão que o empregado pode estar presente apenas fisicamente, mas com o pensamento distante, tornando sua produtividade muito baixa ou nula. Isso é o Presenteísmo - o empregado comparece fisicamente, mas não “comparece” nos resultados da organização. Esse aspecto comportamental traz muitos prejuízos e não temos ainda como contabilizar. Não é possível ainda penetrar no pensamento de ninguém para tal comprovação.
Então, como atrair e reter os melhores profissionais? Já não adianta mais só aumentar o salário. Por isso, existem tantos benefícios além do salário para segurar os talentos e conseguir novos. Parece que o melhor mesmo para atrair bons profissionais é um bom ambiente de trabalho, com a consideração tão necessária das chefias para com seus subordinados, porque elas têm o poder nas mãos e podem causar um grande estrago no clima organizacional. Liderança é relacionamento e os líderes necessitam desenvolver em si a empatia, que é se colocar no lugar do outro para conseguir entender o que ele sente, seus anseios, preocupações, limitações e potenciais.