“Um sonho não serve apenas para ser sonhado: precisa também ser vivido”. (Mário Quintana)
Entender o porquê das dificuldades na aquisição de conhecimentos gramaticais é o objetivo deste trabalho que traz a identificação da nossa dominância cerebral como uma ferramenta a mais a ser analisada por educadores interessados no real processo de ensino-aprendizagem.
Reforço minhas reflexões, como professora de línguas, em uma das indagações do lingüista e estudioso Noam Chomsky (1988 apud RAPOSO, 1992: 27): “Quais são os sistemas físicos do cérebro do falante que servem de base ao sistema de conhecimentos lingüísticos?”.
O autor também afirma que “o pensamento científico e humanista tem uma extrema dificuldade em assumir que os produtos do pensamento (entre os quais a linguagem) possam radicar na natureza biológica dos seres humanos tal como as estruturas anatômicas” (CHOMSKY, 1988 apud RAPOSO, 1992: 26).
A Dominância Cerebral na Aprendizagem vem como um instrumento a mais para ser usado pelo docente em relação às diferentes estratégias de que nos utilizamos para o ato de aprender.
Todos os meus estudos sobre o funcionamento do cérebro foram realizados no Instituto Brasileiro de Balanceamento Muscular do Rio de Janeiro onde pude aprofundar informações sobre a Integração Cerebral.
Minha pesquisa em relação a esses assuntos e a coleta de dados informativos com alunos do curso de Formação de Professores do Ensino Médio, trazem a mim uma certeza: este trabalho vem ao encontro do objetivo de Educadores: provocar estímulos intelectuais.
Somos seres semelhantes, mas não iguais. Somos globais e uniduais. Aprendemos de formas e em tempos diferentes. Nossos hemisférios cerebrais apresentam características distintas e isto nos remete ao conceito de que nos utilizamos de estratégias diversas para o ato de aprender e aqui, mais especificamente, para o ato de aprender gramática.
O complexo processo de como ajudar aprendizes a melhorar a aquisição de conhecimentos de gramática em salas de aula tem sido um dos aspectos mais considerados e discutidos por muitos gramáticos, estudiosos e pesquisadores da linguagem.
Dentre muitas definições à respeito da gramática, o fato é que ela está ligada à regras e regras fazem parte de um conhecimento automático e inerente de nossas funções cerebrais.
Segundo o doutor em Lingüística Portuguesa pela Universidade de Lisboa, Eduardo Paiva Raposo (1992), a gramática é um sistema de regras e princípios radicados em última instância na mente humana e não em propriedades absolutas consideradas em si mesmas, o que ele próprio denomina de “gramática interiorizada”, ou seja, uma gramática exclusivamente relacionada ao objeto real na mente, ao objeto mental.
Nos últimos vinte anos as investigações sobre a “gramática interiorizada” consistem por um lado num dicionário mental das formas da língua e por outro num sistema de princípios e regras atuando de forma computacional sobre essas formas, isto é, construindo representações mentais constituídas por combinações categorizadas das formas ligüísticas.
A pergunta vem ser a seguinte: como cada tipo de aluno aprende melhor os conhecimentos gramaticais sendo capaz de relacionar a forma e o uso dos mesmos?
A base consiste nas reflexões que surgem no ambiente da sala de aula. Então, não seria o ambiente escolar, o espaço mais apropriado para se trazer à tona questões ligadas às dificuldades de adquirir conhecimentos gramaticais? Os princípios são a forma de estar e trabalhar em sala de aula a fim de se levantar questões que permitam colocar a qualidade de vida na sala de aula em primeiro lugar e procurar entender o que acontece no nosso cotidiano escolar. O grande envolvimento seria o de alunos e professores trabalhando juntos na busca desses entendimentos, procurando a união de todos e o desenvolvimento mútuo.