Rio ou Choro?

Recebi uma mensagem do mais fino humor negro: “Votemos nos menos corruptos!”.

Rio ou choro?

Alguém ai tem um corruptômetro para me emprestar? Devo considerar menos corrupto aquele que abafa seus casos ou age com categoria e eficácia (na prática corruptora) por debaixo dos panos? Ou devo considerar aquele que é inepto para esconder seus erros dizendo que as coisas aparecem porque há maior transparência?

Pois bem, sou mais a favor de experimentar alguém que ainda não foi eleito e sobre o qual não tenhamos nenhuma suspeita. Assim teremos 50% de chance, com os outros a nossa chance é zero, em especial com os assim chamados “menos corruptos”.

Expressões do tipo “meio virgem”, “mais morto do que vivo” etc, não querem dizer literalmente isso. Logo “menos corrupto” não passa de uma brincadeira de mau gosto de espertos cabos eleitorais que muitas pessoas repetem por falta de uma avaliação crítica.

O TRE nos dá um bom exemplo. Ele nos pergunta se sabemos o nome dos políticos nos quais votamos na eleição passada. Depois de um tempo em silêncio que nos dá para reativarmos a memória, torna a perguntar: “Se não sabe, vai cobrar de quem?” Assim somos nós, ineptos para aferir valores, ineptos para fazer valer o nosso voto, vamos cobrar de quem? Dos “menos corruptos”?

Não é à toa que o voto no país é uma obrigação. Como tal, ninguém faz direito, tirando uns dois ou três. Quando muito. A maioria de nós vota nos “menos corruptos” ou nos mais corruptos, logicamente pensando em “se dar bem”.

Cá entre nós, mesmo que o voto no Brasil fosse um direito será que teríamos chance de ter um país melhor? Só pra incomodar um pouquinho me responda uma coisinha: Você costuma cobrar os seus? Você é um “menos cobrador” ou é um “chato de galocha” (no pensamento enviesado de pessoas acostumadas à subserviência, um hábito cultural do país).

Antes de votarmos nos “menos corruptos” seria melhor pensarmos o nosso voto como um direito e, como tal, prestar atenção no que fazem os que elegemos. Nós, não os outros. Precisamos cobrar insistentemente dos que não estão cumprindo adequadamente seus mandatos. Precisamos negar-lhes nossos votos por “menos corruptos” que sejam. Precisamos pensar menos em nosso umbigo e mais na coletividade. As medidas para ela certamente nos atingirão positivamente.

Antes de votarmos nos “menos corruptos” e na propaganda, cá entre nós sem-vergonha, que é feita, precisamos votar em programas que sejam coerentes e não fantasiosos.

Reconheço que toda essa minha proposta é mais difícil de realizar do que, simplesmente, votar num “menos corrupto” e depois ficar reclamando daqueles que inventamos serem os mais corruptos (como se não fossem todos ‘farinha do mesmo saco’).

Por acaso os meus amigos aí têm alguma indicação para mim para as próximas eleições. Não esqueçam de mandar os respectivos programas, pois sem eles nem me dou ao luxo de gastar meu tempo. Ai, ai. Votar nessa eleição no Rio de Janeiro... (no Brasil Inteiro?) vai ser duro... muito duro, mas não há de ser nada... depois vai ser muito mais. Quando eles chegarem.

UM ELEITOR, que como todo bom brasileiro tem por profissão a ESPERANÇA.

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