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Algumas Indicações Sobre o Como e o Porquê das Imagens Mentais Funcionarem

Nesta reunião, darei alguns exemplos de meu processo de formação de imagens mentais, baseado na maneira como entendo o como e o porquê elas funcionam. Vocês notarão nos exercícios que se seguem que é curto o tempo recomendado para os mesmos. Trata-se de um método muito diferente daquilo que é geralmente ensinado. Vejamos algumas razões dessa rapidez: a imagem é a linguagem do atemporal (independente do tempo). Esta abordagem difere em muito do que é comumente ensinado. Isto significa que a imagem tem que aproximar-se tanto quanto possível dessa zona atemporal (que independe do tempo). A experiência demorada de visualização anula a natureza daquilo em que consiste a formação de imagens. Além disso, outra razão é que a rapidez da formação de imagens segue um princípio homeopático, isto é, que um pequeno ou minúsculo volume de uma dada substância produz uma resposta interna generalizada de cura. A formação de imagens, portanto, é uma homeopatia da mente. Esse volume mínimo consegue dar um choque no sistema, despertando-o para que responda em um nível mais alto de funcionamento, ocorrendo isso enquanto o mesmo mobiliza seus recursos.

Acredito que essas duas razões são suficientes para as finalidades deste encontro, que é o de apresentar ao clínico fundamentos lógicos razoáveis para aplicar o processo de formação de imagens da forma como sugiro.

É útil também levar em conta minha recomendação de que os exercícios sejam efetuados três vezes por dia. Além disso, cabe mencionar algumas razões adicionais: é pela repetição constante de um exercício que se cria um novo hábito. Hábitos mentais são criados da mesma forma que hábitos físicos por repetição. Ao fazer isso, uma gravação biomental concreta é feita em nosso ser.

Outra razão para praticar os exercícios é criar um ritmo que produz o efeito de sintonizar o corpo-mente com uma ordem regular. No tocante a este ponto, há certos momentos do dia que temos que lembrar, isto é, lembrar a nós mesmos para levar adiante nossa intenção de curar. Esses momentos do dia relacionam-se com transições do sono para a vigília, isto é, o nascimento do sol; do dia para a noite, isto é, o anoitecer; da vigília para o sono, isto é, de tarde da noite ou meia-noite (o meio-dia também figura aqui, para a ocasião em que o sol se encontra a pino e prestes a descer).

Caracteristicamente, em todo o mundo, esses momentos do dia são dedicados à oração, à meditação ou à formação de imagens mentais. É importante que pacientes/clientes se sintonizem com um ritmo regular de prática de formação de imagens para assegurar um benefício adicional. Acho que este ponto deve ser enfatizado com os mesmos.

Outro ítem importante: sugiro aos pacientes que gravem uma fita com sua própria voz, passando a si mesmos o(s) exercício(s). Por fim ensinamos que eles não vão precisar mais das palavras, mas simplesmente praticar essa ação interna, como fariam com qualquer ação externa. No tocante a esta última ação, eles são lembrados de que não precisam usar palavras, como, por exemplo, nos casos de levantar-se de uma cadeira, vestir o casaco, passar pela porta, ir até o carro, abrir a porta do carro, etc. Dessa maneira, o trabalho interno de formação de imagens torna-se inconsciente, assumindo, por assim dizer, a natureza de um processo automático, como no comportamento externo da vida no estado de vigília. A única exceção que faço é o de uma pessoa tão debilitada pela doença que ele/ela não consegue realmente mobilizar a força necessária e/ou os meios para gravar a fita pessoal.

Esse destaque em que o paciente/cliente evita depender de minha voz coincide com a orientação geral de meu trabalho, que é o de preservar-lhe a liberdade, o que implica o mínimo possível de intromissões minhas em sua vida. Meu objetivo é ensinar pessoas a se curarem, a se tornarem seus próprios doutores (médicos), lembrando, a propósito, que a raiz da palavra doutor significa “educar”.

Os exercícios seguintes foram extraídos de meu livro Healing Visualizations: Creating Health through Imagery (New York: Bantam, 1989),Imagens que Curam, em português, Editora Livro Pleno. Este livro transformou-se em texto padrão de referência para a pratica de exercícios curtos com imagens para cura de transtornos físicos e emocionais comuns. Embora o grosso do livro concentre-se em indisposições do dia-a-dia, há nele um capítulo sobre exercícios para a saúde, ou seja, reforço e manutenção da saúde e bem-estar gerais. Vocês talvez notem que há um marco temporal para cada exercício. Como parte de nosso entendimento sobre como ter sucesso com a prática de imagens mentais, é necessário, ao iniciar o exercício que, antes do processo respiratório descrito, vocês digam a si mesmos o nome e intenção do exercício, e quanto tempo o mesmo vai durar.

Ao dizer silenciosamente essas coisas a nós mesmos, estamos dando uma instrução interna sobre o que tem que acontecer. Dizer o nome do que queremos serve como um sistema de orientação que nos pôe na direção da intenção de curar. A intenção que manifestamos está sincronizada com a direção de nossa vontade em uma certa direção, com concentração focalizada. Não se trata, de nenhuma maneira, de uma declaração sobre o resultado de nosso trabalho. Embora não seja objetivo desta reunião discutir o significado para a cura de não focalizar-se em resultados da terapia por imagem, seja suficiente dizer aqui que focalizar-se em um efeito ou resultado de um processo terapêutico anulará a possibilidade de sucesso do nosso trabalho (para uma descrição em maior profundidade desse entendimento, sugiro ao leitor que consulte os capítulos que escrevi sobre a relação terapêutica em meus livros Healing into Immortality [Nova York, Bantam, 1994; ACMI Press, 1996] e Waking Dream Therapy [Nova York, Human Sciences Press, 1981; ACMI Press, 1992]. Eu recomendaria também o capítulo sobre “As Sete Chaves da Cura” (no livro Healing into Immortality).

Ao dizer a hora do exercício, estamos acertando nosso relógio biológico. Isto significa que reservamos o volume correto de tempo para o exercício e que expiraremos e abriremos os olhos exatamente no momento certo. Falo em “expirar e abrir os olhos” porque expirar antes de abrir os olhos deve constituir um aspecto habitual do processo de formação de imagens. Fazer isso nos traz, de forma natural, de volta a nossa realidade de despertos e cria a transição entre a experiência do reino interno e a volta ao mundo de vigília. E torna a volta suave.

Cabe também mencionar que recomendo o encurtamento do tempo dos exercícios que mencionei na forma como foram escritos. Praticá-los de meio a um minuto é suficiente. Na verdade, de meio a um minuto é realmente um bocado de tempo para formação de imagens e lhes reforça o poder. À medida que os pacientes se tornam mais familiarizados com seus próprios processos e mais hábeis na formação de imagens, o tempo pode ser ainda mais encurtado. [INSERT PP. 195-207]

Tenho esperança de que vocês se sintam estimulados a utilizar esses exercícios da maneira que prescrevo e a incorporar-lhes a rapidez aos seus esforços para assegurar a força que tal choque pode aplicar no processo de cura e para a cura. Sem a menor dúvida, ficarei muito interessado a respeito de qualquer feedback a respeito dos resultados obtidos pelos pacientes/clientes de vocês todos. De acordo com essa orientação, terei todo prazer em passar aos mesmos dados adicionais e o benefício de meus vinte e tantos anos de experiência nesta área.

GERALD EPSTEIN, M. D., é um dos mais importantes praticantes, a nível mundial, da medicina integrativa voltada à saúde e autotransformação. Desenvolveu inúmeras pesquisas na área da medicina psicossomática, teve um projeto aprovado pelo Instituto Nacional Norte-Americano de Medicina Alternativa, para pesquisa dos efeitos das imagens mentais na cura da asma. Ocupa o cargo de Professor Assistente de Pesquisa Clínica no Centro Médico Monte Sinai. Contatos em Nova York (EEUU) 212-369-4080 * fax 212-369-5646 * drjerry@imaginetics.org

Palestra proferida pelo Dr. Epstein a profissionais de saúde quando de sua última vinda ao Brasil, em 2006

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