Quíron

O mestre é aquele que possivelmente já alcançou seu Caminho da Iluminação, possuindo, assim, mente infinita e iluminada. O Mestre é aquele que já certamente alcançou sua Iluminação e já também alcançou seu Caminho da Imortalidade ou Liberação, com mente e vida infinitas e iluminadas. O Mestre é aquele que realizou em seu corpo físico de homem o Corpo de Luz do Homem Sagrado.

Houve um dia em que Saturno, Chronos, o Deus do Tempo, um pouco que querendo namorar uma moçoila - e tendo que se esconder dos olhares vigilantes de sua mulher - se transformou num belo cavalo e emprenhou uma ninfa, Filira, filha de Oceano. Filira deu a luz ao um centauro! Ela entrou em desespero e Júpiter, Zeus, o Deus poderoso do Olimpo, deus dos deuses, com pena, a transformou numa planta, a tília. O pobre centauro, Quíron, ficou órfão, sem pai e sem mãe..... Então surge o primeiro arquétipo manifestado por Quíron: a rejeição sofrida pelo pai e/ou pela mãe. Abandonado, rejeitado, o pobre Quíron, parou nas mãos iluminadas de Apolo e justiceiras e sábias de Pallas Athenas, a Minerva! Assim, o ceutaurinho foi criado no Olimpo, longe dos outros centauros de sua mesma espécie. Surgem, então, outros bons arquétipos a partir do Quíron: apesar de rejeitado, o patinho feio virou cisne! - Quíron teve uma excelente educação!

Quíron mostrou que a parte animal o prendia à Terra, à encarnação, juntamente com os chacras mais básicos. Porém, a parte humana do umbigo para cima, com os chacras superiores desenvolvidos, com o desenvolvimento da mente, o processo de expansão da consciência, o processo de individuação, o expandia para o céu! Ao mesmo tempo, que é bom se pensar que sua parte animal provinha de um deus, Saturno, e que sua parte humana, provinha de uma ninfa, um mulher encarnada no Olimpo da Terra.

No entanto, Quíron não exatamente quis viver toda sua vida no Olimpo e se retirou para o Monte Pélion, para uma caverna aonde tinha nascido, nas partes oeste e norte, do Olimpo, enquanto, Júpiter, o poderoso, reinava nas partes leste e sul. Novamente surgem outros arquétipos: a humildade, a necessidade de um certo afastamento de seus grupos: tanto os deuses e semideuses, quanto os humanos, quanto os centauros: um estranho no ninho!

Assim, existem outras questões que o arquétipo de Quíron podem nos mostrar: morar de maneira humilde e afastada do burburinho, sem grandes estilismos. A escolha da moradia voltada para o oeste: o final da vida, o lugar da Retirada, do Repouso do Herói, do afastamento da mundanidade. A compreensão do Mundo da Manifestação e do Mundo da Não-Manifestação. O Leste é o começo, não é mesmo? O Norte é o lugar dos Mestres iluminados e imortais, o além da vida encarnada.... e o Sul, por outro lado, é o lugar da encarnação na Terra, das raízes, da família da Terra.

Ali, Quíron viveu sua vida, porém.... não sozinho, não! Ele se casou com a naiade Charicles e com ela teve uma filha, Thea, uma profetiza que por sua vez se casou com o sábio e cego Tirésias.... Contam as lendas que Thea profetizou que seu pai, um semideus imortal, pediria pela morte.... e por isso mesmo foi transformada por Netuno, Posseidon, numa égua que, no céu, traçava a constelação de Pégaso. E Quíron ia recebendo a visita de umas pessoas que ouviram falar de sua sabedoria e de seu poder de iniciador.... Porém essas pessoas chegavam até Quíron ainda muito carentes do conhecimento de suas verdadeiras identidades... e após receberem a dádiva da sabedoria e da iniciação no processo de individuação dadas pelo Quíron, O Mestre, se tornavam Hércules, Jasão, Teseu, Esculápio (que se tornaria mais tarde o pai da medicina que aprendera com Quíron....). Hércules, inclusive, se tornou amigo mesmo de Quíron. Surgem outros arquétipos encarnados por Quíron: O Mestre, aquele que mostra o Caminho, aquele que vivencia em si mesmo o Tao e o Te, O Caminho e A Virtude...... O Iniciador, aquele que coloca o homem em seu Caminho para se tornar Homem Sagrado. Houve uma vez, em que Quíron e Hércules, em uma festa de casamento, entraram em luta com uns centauros bêbados, e então uma das flechas envenenadas do Hércules acertou o tornozelo do Quíron.... não se esqueça, em sua parte animal! Quíron, aquele que sabia tudo sobre medicina, não se curou dessa ferida..... sabe por que não? Porque, para ele continuar a ser o Mestre iniciador dos homens que seguiriam suas trilhas de Iluminação e de Liberação, ele teria que estar encarnado! Você sabia disso? Para nos iluminarmos e nos liberamos da Roda da Vida, a Samsara, temos que estar encarnados! Por isso, a Terra é um lugar absolutamente privilegiado para trilharmos nossos Caminhos da Iluminação e da Imortalidade. E Quíron, O Mestre, sabia disso! E por isso não se curava daquela ferida.... e mais: como saber da dor da encarnação? Doendo! Como entender os homens encarnados e mortais? Vivendo e sofrendo! Nesse momento, surge talvez o maior e mais conhecido arquétipo advindo de Quíron: O Herói Ferido, O Curador Ferido, O Curador que não consegue/quer se curar.......

Mas chegou um tempo em que Quíron se cansou de sua imortalidade. Sua mulher tinha morrido, sua filha já brilhava no céu, restara apenas Tirésias que viveu cerca de 900 anos..... Sendo filho de Saturno, ele era imortal e teria que viver tempos sem fim! Havia Prometeu acorrentado, tendo seu fígado todos os dias sendo comido num longo e torturante castigo... porque havia roubado dos deuses o fogo para entregar aos homens. O fogo significa consciência, poder adquirido a partir da expansão da mente. O fogo significa iluminação. Os homens poderiam se tornar Homens Sagrados! Os homens poderiam se tornar deuses!

Júpiter libertou Prometeu, conferindo-lhe a imortalidade do fogo do espírito.... ao mesmo tempo liberou Quíron de sua imortalidade na Terra e o transformou em imortalidade de luz do céu! Quíron ascendeu aos céus em seu Corpo de Luz e se tornou uma constelação, de tanta luz que tinha! Novamente nos deparamos com mais um arquétipo inspirado em Quíron: seu desejo de também realizar a morte, uma experiência essencialmente dos mortais.

Assim, Quíron é o pai da medicina, é o curador ferido que não consegue/quer curar a si mesmo, é imortal e reverte essa imortalidade em mortalidade... Dizem que Quíron é o Sagitário, o Centauro do Anel do Zodíaco. Porém também Quíron pode ser o próprio Centauro, a constelação que rodeia o Cruzeiro do Sul. Eu penso que Quíron rege VIRGEM. Não se assuste! É isso que eu penso sim porque Mercúrio é de Gêmeos mesmo, não exatamente de Virgem. Virgem é o aprendizado na encarnação, é o encarnar, é trabalhar, é descobrir que tem que ser herói na vida. O eixo 6-12 é de importância vital: encarnação na matéria e iluminação no espírito! E Quíron, sendo o Mestre, é aquele que realiza em si mesmo esse eixo com perfeição. E podendo fazer isso, ele se torna o Mestre, a ponte, para todos os outros homens em busca de seus processos de individuação e de seus Caminhos de cumprimento das missões de encarnação e de Iluminação e de Imortalidade ou Liberação!

Assim, caro amigo, em seu próprio mapa astral natal bem como em todos os outros mapas advindos do mapa natal, é bom olhar bem para seu Quíron e procurar entender até onde você está vivenciando o Quíron em seu lado animal ou humano. E certamente eu acredito que, principalmente depois de nossa oposição de Urano, entre os 39 e 42 anos, é que podemos dimensionar realmente se estamos vivenciando o Quíron em seu lado animal ou humano. Feito isso, podemos então começar a trilhar nosso desejo de alcançar nosso lado de semideuses, mesmo, por que não? Então, aos 49 anos, com o Retorno de Quíron, o mapa para esse momento certeiro reproduz nosso novo caminho a ser trilhado na vida.... De uma forma geral, já é em nossos anos 50, que a gente começa a encarnar nosso Quíron com serenidade, com muita serenidade: é tempo de começar a aprender a vivenciar a mestria, não é mesmo? E é no mapa realizado pelo segundo Retorno de Saturno (que começa a se manifestar logo depois da oposição de Urano, intensificando com o Retorno de Quíron e estruturando por volta dos 58 anos.....) que o melhor da vida começa a poder acontecer: a maturidade concedida por Sat

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