Interessante o tempo presente. Quando o vidaleve vai para o ar, por exemplo, tirando o que está na agenda, tudo o mais já passou. Relato, essa coisa humana, significa passado. Mesmo quando próximo: ontem... ainda hoje... há alguns minutos... segundos...
Curioso como, agora, o tempo, que será passado, é futuro. Por favor, leiam todas as vírgulas.
Dentro de alguns dias teremos o encontro de antigos companheiros. Já se passaram mais de quarenta anos em que nós, jovenzinhos de então, vivemos entre aqueles baixos muros do Mendes de Moraes.
Será que estou nostálgico? O, futuro, nosso encontro-passado, me faz nostálgico? Afinal, quem deve ser nostálgico, o passado ou o futuro? Curioso, não é? Estou achando muito. Sempre tive algum descompasso com o tempo...
Muros, baixos muros. Meros indicadores de limites, quase sempre respeitados. O portão vivia aberto. O próprio muro (assim o conheci) faltava um pedaço, o material aguardando operários que o consertaria e nós, a grande e imensa maioria de nós, entrando pelo portão, apesar daquele buraco significando um atalho.
É possível que me pensem ensandecido, desconexo. Estou apenas nostálgico do futuro que me trará lembranças do passado.
Que gozado. Vocês não acham? Lógico que não, pois agora, não o agora de hoje, mas o de ontem (hoje que escrevo) será passado. Há-há-há. Pirou? Pirei! Estou pior que o Jaime! Ô Jaime cadê a porcaria do folder (por favor, perguntem todos a ele)?
Quem encontraremos? (Encontramos – hoje é o passado de amanhã!) Antigos conhecidos, à primeira vista desconhecidos, cobertos que fomos do tempo, depois re-conhecidos ao retirarmos o tempo e as novas cores e penteados. Talvez até menos fios, talvez mais fios...
Socorro! Glub, que estou nostálgico, embriagado por um passado que será revisitado nesses futuros dias que me chegarão para vocês passados. Ninguém aqui para me socorrer e, ainda por cima, esses boleros... Glub... bo… Glub... leros… leros… leros...