Ficamos em débito no número passado. Que proposta temos para amigos ou possuidores de animais que nos visitam? Que ingredientes foram usados? Alguns deles: colaborar com a questão dos animais abandonados ou que perambulam pelas ruas e que podem, de um lado, causar doenças em seres humanos, como a raiva, e, por outro, serem vítimas de mal-tratos por funcionários públicos destreinados ou incompetentes ou de mau-caráter; possibilitar que essa colaboração resulte em algo favorável aos colaboradores diretamente (indiretamente já é o caso, pois se reduzem as chances de ser mordido por um cão portador de raiva), desenvolver uma cultura não paternalista e cooperativa (que significa, pelos princípios cooperativistas, um mundo melhor).
Vamos lá. A coisa é para ser implantada por partes e seu progresso vai depender, é claro, da compreensão de seus princípios, do interesse e do respectivo engajamento das pessoas.
Se dependêssemos apenas dos órgãos públicos, certamente que muita coisa pior estaria acontecendo. O serviço público é o que é porque NÓS NÃO TEMOS A COMPETÊNCIA DE ELEGER PESSOAS ADEQUADAS.
Pessoas interessados em animais (nos outros, não apenas nos humanos) já vêm fazendo muita coisa com seus próprios recursos. Muitas delas, entretanto, já atingiram o limite do possível, seja em capacidade de trabalho, seja em aporte financeiro. Para que elas façam mais, também é preciso de mais, seja do ponto de vista de investimentos, seja do ponto de vista de mão de obra. Precisamos, entretanto, que a coisa não funcione como de hábito, uma torrente de pedidos: colabore, colabore, doe, doe...
Vamos lembrar um pouco Rochdale? Uma cidade onde, um grupo de cidadãos paupérrimos, operários (tecelões), iniciou uma instituição que hoje, por volta de 150 anos após sua criação, continua viva. Ela vive por força da manutenção de seus princípios fundamentais, entre outros: o respeito pelas diferenças, o esforço comum, a crença na possibilidade da mudança, a probidade, a honestidade nos princípios e no relacionamento. Tá difícil de começar? É esperar demais?
Bem, talvez nem todos que foram se associando à Cooperativa de Rochdale fossem portadores de todas as características necessárias, mas respeitar os princípios e a perseverança de alguns se traduziu no sucesso alcançado: pobretões antes endividados que passaram a ter dinheiro no bolso, puderam custear estudos e chegar à casa própria. Inimaginável? Não é ficção, é história real que perdura a, mais ou menos, 150 anos...
Por onde começaríamos? Oficiosamente. Certamente que interessante para os donos de animais. A proposta é contactar donos de lojas de ração, veterinárias e obter descontos para os participantes dessa nossa futura instituição. O vidaleve, com sua equipe e com a ajuda de seus colaboradores, funcionará como coordenadores desse processo. Sim, os donos dos animais ganham isso, e daí, os outros animais?
Bem, teríamos que ter uma cartinha de apresentação, um processo via site para que as empresas identificassem os cooperadores. Aí começamos com a probidade. Parte do dinheiro ganho com os descontos obtidos seria enviado para a formação de um fundo. Na medida em que esses valores se tornassem suficientes partiríamos para a locação de lugares ou, talvez melhor, em contanto com os que, já por sua própria conta e risco, acolhem os animais providenciaríamos contratação de pessoal, expansão e melhoria dos locais, compra de alimentos. A quantidade de pessoas e volume arrecadado é que vai ditar o momento de nos tornarmos, efetivamente, associação.
Ao invés de pedinchões estamos propondo que você reduza seus gastos e, com PARTE desse ganho financie a redução de animais nas ruas, que eles sejam tratados condignamente, livres de maus tratos. O que você acha? É uma boa? É viável?
Ah, você gosta de animais, mas não os tem e não vai ganhar nada? O que você nos propõe? Estamos esperando por sua proposta e pelas adesões dos donos de animais.
Até o próximo mês!