Desde o começo dos tempos, a humanidade tenta entender o inexplicável, o que está além do palpável, do visível, do comprovável pelos sentidos. Das crenças religiosas às especulações filosóficas, pesquisa-se o homem e sua essência, discute-se espírito, alma e mente, o fim de tudo com a morte ou a reencarnação, e até a existência de vida inteligente além da nossa. Têm-se as grandes religiões (cristianismo, judaísmo e islamismo), o xintoísmo, o hinduísmo, os cultos africanos, o sincretismo, o animismo, o niilismo e muitas outras doutrinas. Há terapias tradicionais e alternativas, psicoterapias e a psicanálise e suas correntes. Sem esquecer o misticismo, todo tipo de seitas, igrejas e cultos criados por um indivíduo, e os sistemas divinatórios, como a cartomancia, a astrologia e a numerologia. Mas, no final, talvez tudo se resuma à procura da felicidade e como alcançá-la, o que depende da definição de felicidade para cada um: encontrar um grande amor, ser bem-sucedido profissional e financeiramente, comprar uma casa, viajar pelo mundo, ter boa saúde. Ou tudo isso e mais alguma coisa, o céu é o limite.
Essa introdução pretende apresentar alguns pontos de vista sobre livre-arbítrio e destino, baseados na observação de clientes e as questões por eles trazidas. Livre-arbítrio é a possibilidade de o homem fazer escolhas e se responsabilizar por seus atos. Destino é algo que está além da capacidade de escolha e que ocorre independentemente da vontade do sujeito. Destino é nascer em um determinado local; livre-arbítrio é decidir permanecer ali. Destino é encontrar uma pessoa; livre-arbítrio é casar e ter filhos com ela. Em termos gerais, isso é carma e darma.
Destino tem uma certa relação com fatalismo, quando se acredita que tudo está predeterminado e que nada pode mudar o curso dos acontecimentos. É fácil perceber essa atitude em pessoas impressionáveis que confiam cegamente em adivinhos ou fazem consultas com vários deles, esperando respostas miraculosas. Infelizmente, há pessoas presas a convenções sociais, à opinião da família, à orientação de grupos religiosos ou políticos, às modas e modismos, que esperam que outros lhes dêem uma indicação do que fazer e vivem ao sabor das circunstâncias. No outro extremo, encontram-se os descrentes, que não se permitem nem ver para crer, seguem o próprio julgamento e mantêm controle absoluto sobre si mesmos e os outros. Têm a mente fechada para as novidades, os novos olhares, as novas leituras e a tudo que fuja às explicações lógicas. Uma variação desse tipo são os fanáticos religiosos que fazem guerras em nome de seus deuses, como se tivessem procuração para isso. Outra, são os fanáticos políticos, ou fanáticos pelo poder, que levam povos a guerras, fome e miséria. Desprezam a tolerância, a diversidade e a liberdade e forçam as circunstâncias.
É preciso refletir sobre o que é o destino, o que está escrito nas estrelas ou nas cartas do Tarô, e como não apenas podemos mudá-lo com o nosso livre-arbítrio, mas vê-lo como um teste, uma oportunidade de evoluir, de nos tornarmos indivíduos mais felizes e capazes de transformar esse planeta em um lugar melhor para se viver.