Alguns vestibulares deste ano já aconteceram. Provas para cursos que iniciaram no segundo semestre, exames de pré-qualificação retirando de alguns a chance que ficaram com outros. Ainda assim, não há lugares para todos. Foram pequenas batalhas. As grandes ainda estão por vir, mas estão chegando. E com elas o aumento da ansiedade e do estresse.
Pesquisa realizada pela UNESP e Puc-Campinas com alunos do grau médio, pré-vestibulandos e universitários indicou serem os pré-vestibulandos os mais estressados. Ao cotejá-los por sexo verificou-se que as mulheres estão mais próximas ao ataque de nervos do que os homens. O trabalho foi publicado na revista Reflexão e Critica.
A história da educação no Brasil é algo triste. O seu desenvolvimento confunde-se com a própria história do Brasil, a criação ou manutenção dos privilégios. Em que pese as mudanças ocorridas por força de demandas e do esforço que muitos educadores fizeram, a nossa situação mantém-se mal. Para que se possa compreender o seu porquê é necessário ler A História da Educação no Brasil, de Otaiza Oliveira Romanelli. É interessante também conhecer Estórias da Educação no Brasil: de Pombal a Passarinho, de Lauro de Oliveira Lima.
A realidade está aí, não adianta negá-la, há que se mudá-la. Para isso é necessário um esforço. Mudar essa mentalidade individualista e exclusivista que vem sem sendo exacerbada. Enquanto não se muda, há que se enfrentá-la e sair-se o melhor que se pode. Ao sair-se melhor, contribuir para a mudança. Infelizmente não é o que acontece com a freqüência que se faz necessário. A mentalidade corrente é de que, uma vez ultrapassada a porta, dane-se quem ficou atrás quando ela foi fechada.
Uma outra coisa que faz parte do nosso espírito (o espírito brasileiro) é esse desânimo que nos acomete. As meninas do vôlei que o digam. A nossa menos-valia foi bem abordada pelo professor Lauro de Oliveira Lima, como foi dito: é interessante lê-lo.
O vestibular está chegando e com ele o estresse, o desânimo. Para alguns (muitos), os que ficam depois que a porta fecha. A diferença entre passar ou não depende, além dos fatores externos (escola, falta de professores etc), dos internos (interesse no aproveitamento do pouco que foi dado por alguns professores heróicos, programação, ou seja, um plano de ação para superar-se, a aplicação do plano). A mania do brasileiro é não acreditar, ou melhor, de alguns (muitos) brasileiros.
De que lado você vai ficar? Além ou aquém da porta? Ainda é tempo, o que VOCÊ vai fazer? Muitos, certamente, não farão. Vai ser você?