A Organização Mundial da Saúde (OMS) faz um alerta: SE AS PESSOAS CONTINUAREM A USAR OS ANTIBIÓTICOS DE FORMA INDISCRIMINADA, PODERÃO SURGIR NOVOS SUPERMICRÓBRIOS RESISTENTES A TODO TIPO DE FÁRMACO E VOLTAREMOS AOS TEMPOS EM QUE AS INFECÇÕES LEVES CAUSAVAM A MORTE.
Aos profissionais da saúde a OMS envia um recado especial: devemos tomar medidas urgentes para neutralizar essa ameaça. É o momento do mundo inteiro se mobilizar por um melhor uso dos antibióticos, pois quando sua ação não mata os microorganismos e estes se tornam mais fortes e mais resistentes, multiplicando-se e transmitindo-se mais rapidamente. Com o tempo as cepas se tornam totalmente resistentes.
O perigo mora em alguns comportamentos como, por exemplo, o da suspensão do antibiótico antes do tempo indicado. Digamos que a recomendação do médico fosse para 7 dias. Sentindo-se bem ao final do terceiro dia, o paciente deixa de usar o fármaco. No período de uso ele não eliminou totalmente os microorganismos e sim os reduziu, permitindo ao organismo atacado uma recuperação interpretada pelo paciente como cura. No entanto, somente ao final de sete dias se daria a eliminação completa dos patógenos. O que acontece então? Os remanescentes ficam mais resistentes e, mais fortes, aumentam a contaminação. Esse é o motivo de muitas recaídas, algumas vezes fatais.
Outro comportamento inadequado é o do uso de antibióticos para tudo: dor de garganta, resfriados, tosse, dor de dente, etc. Esse uso causa uma redução na capacidade de nosso organismo reagir naturalmente a agressores, a criar anticorpos. Mais frágil e com baixa capacidade de reação nosso organismo vai se tornando cada vez mais presa fácil dos agentes patogênicos que, por sua vez, estão cada dia mais fortes.
A mutação patogênica vem reduzindo a eficácia dos antibióticos. Doenças como tuberculose, sífilis, gonorréia, hepatite B não estão reagindo mais aos fármacos normalmente usados para eliminá-las. Medicamentos, como a vancomicina por exemplo, que só eram usados em último caso no tratamento de infecções estão se tornando a primeira opção. O que fazer se o organismo do paciente, após essa ajuda, não conseguir reagir?
Por que a OMS está tão alarmada? Vários são os motivos. Os germes, cada vez mais potentes, estão vencendo. O estudo e o lançamento de novos antibióticos no mercado atendendo a normas de segurança leva em torno de 15 anos. Foi descoberto um novo germe, chamado Merça, ainda não adequadamente identificado e contra o qual os antibióticos conhecidos não funcionam.
É o momento da sociedade e das autoridades sanitárias se conscientizarem de que, seguindo-se assim, chegaremos ao tempo em que as infecções que um dia eram tratadas com antibióticos deixarão de ser curadas por eles, em função seu uso excessivo e o conseqüente aumento da resistência dos microorganismos. A política dos antibióticos tem que ser uma realidade que funcione e aja dentro e fora dos hospitais, no mundo das indústrias de alimentos e de uso veterinário!