O quinino entrou no receituário médico europeu com o nome de “Casca do jesuíta”. Este aparecimento pôs de pernas para o ar todos os sistemas de medicina então existentes, exatamente como o canhão pôs de pernas para o ar todo o sistema feudal. Apesar do quinino estar envolto em lendas, consta ser ele derivado do conhecimento empírico dos índios peruanos que habitavam os Andes. Lá, um jesuíta foi atacado pela febre amarela. Poderia ter morrido, caso não tivesse sido tratado por um curandeiro Inca que lhe administrou o chá de uma casca. Curado, o jesuíta apropriou-se de alguma quantidade dessa casca e a contrabandeou em sua volta para a capital, Lima.
De inicio, o quinino passou a ser considerado um cura tudo. Assim, foi receitado para doenças para as quais não tinha nenhum valor, além de ministrado em excesso com efeitos desastrosos. O quinino só veio ocupar seu devido lugar na prática médica através do clínico Thomas Sydenham (1624-1689), continuando a ser tratamento especifico para a malária.
Encontrava-se Hahnemann traduzindo a matéria medica de Willian Cullen, cujo tema eram os efeitos do quinino no organismo. Discordando dos princípios ali expostos, resolveu testar em si próprio os efeitos da quina. Ocorreram-lhe todos os sintomas ordinariamente característicos da febre intermitente. Estes efeitos apresentavam duração de três a quatro horas, a cada vez, e reapareciam de acordo com a repetição da dose.
Hahnemann deixou de tomar a quina e recobrou novamente a saúde. Estava, então, experimentado: similia simibilus curantur, o semelhante cura o semelhante, o principio da homeopatia.