Desde o início dos tempos o homem encontrou na dança uma forma de comunicação com os deuses, com a natureza e com os outros homens. Talvez ela seja a arte mais antiga. Na Idade Média, levada para os salões das cortes, ela perde o seu caráter, tornando-se pura diversão. O espírito sagrado das danças circulares só veio a ser reavivado pelo bailarino e coreógrafo Bernahard Woisien que, a partir de 1952, começou a pesquisar as rodas antigas da Europa Oriental. Nos anos 60, após este impulso, surgem movimentos no intuito de resgatar as danças que, de uma forma simples, pudessem ser dançadas por qualquer pessoa sem necessidade de treinamentos prolongados.
Através da dança o ser humano experimenta a dimensão interna espiritual de si pois ela é, ao mesmo tempo, uma representação dramática da compreensão de si mesmo, do mundo à sua volta e das divindades que ele cultua. O ser humano, neste gigantesco ciclo de manifestações, relaciona-se positivamente com seu ambiente, tentando adaptar-se a este processo contínuo de mudança, vivendo consciente destes ritmos e repetindo, através da dança, os ciclos da criação, como eles se manifestam no tempo e no espaço. Tudo o levou a dançar: alegria, tristeza, medo, amor, o renascimento do sol, o poder da morte, o reaparecimento da nova vida.
As Danças Circulares são feitas em grupo, na maioria das vezes de mãos dadas. Originárias das culturas de vários povos ou regiões elas são uma ponte entre o mundo de dentro e o de fora, entre o visível e o invisível, o mundo espiritual e o material. Quando dançamos somos tocados pela totalidade das quatro esferas da existência: física, emocional, mental e espiritual. Relacionamo-nos conosco, entre as várias camadas de nosso ser, com as outras pessoas, a música, a nossa terra, o mundo invisível. Desta maneira, o nosso corpo torna-se um templo da dança sagrada, um recipiente de transformação. E TRANSFORMAR É CURAR!