O Yoga Clássico de Patãnjali defende um sistema óctuplo de evolução para o ser humano. São oito etapas sucessivas, e a meditação ou Dhyana é a sétima etapa. Como a natureza não dá saltos, devemos compreender e aceitar que as etapas que antecedem a meditação nada mais são que preparativos que virão tornar possível uma meditação frutífera.
A condição física é extremamente importante para a prática da meditação. Um corpo doente, com dor, indolente ou sonolento não é um instrumento adequado a esta prática. A Sra. Radha Burnier, Presidente mundial da Sociedade Teosófica, diz que "se o cérebro não estiver em boas condições, se o sistema nervoso não for bastante sensível, não é realmente possível meditar, uma vez que a meditação tem por finalidade revelar os valores internos do ser humano. Daí que todo o preparo que o Yoga proporciona é tão importante".
Se o propósito da meditação é fundamentalmente revelar os poderes e potencialidades latentes no homem, então, seguir instruções de uma outra pessoa só poderá ajuda-lo genericamente, pois a consciência é individual, única e pessoal. Assim é que muitos Mestres tem ensinado que a meditação é algo individual! Um verdadeiro guru somente poderá dar indicações gerais que poderão influir na transformação interna do interessado, para que a partir disso possam ser revelados os valores internos da consciência e que jazem latentes em sua mais profunda natureza.
Não devemos esquecer a unicidade que caracteriza cada indivíduo. Cada consciência se revela de forma particular e única, diferente de qualquer outra pessoa. Conseqüentemente, a meditação não é essencialmente um ato de imitação. Não há padrões para a meditação, uma vez que o poder da consciência é único em cada indivíduo.
O Dr. Jayadeva Yogendra, instrutor do Yoga Institute em Mumbai, Índia, nos deu a seguinte colocação quando lhe pedimos para falar sobre meditação: "A meditação não é uma atividade isolada, mas ação na vida diária que demanda sensibilidade e inteligência. A atenção sobre os processos psíquicos que deflagram a mente em percepção aos estímulos externos e internos, representa um treinamento constante à meditação – é atitude da mente para 24 horas por dia!".
"É preciso também observar a vida. Sem a prática da observação, os temas naturais para a meditação não surgem. É importante voltar a mente para os tema mais dignos e importantes da vida e refletir sobre eles. Assim a mente se acostuma à reflexão e à concentração. Observar a natureza, ver suas belezas, pode, ocasionalmente, permitir uma expansão de consciência e a sensação de nos sentirmos aprisionados no corpo físico desaparece, surgindo um estado de intensa felicidade!"
ALGUNS MOTIVOS PARA MEDITAÇÃO:
1 – Meditação sobre virtudes como: simpatia, bondade, auxílio, amor etc.
2 – Meditar sobre o oposto de determinados defeitos que sabemos possuir
3 – Meditar sobre objetos concretos, depois abstratos, conceitos, pensamentos.
4 – Meditar sobre o Eu, o Atma, no Impessoal e na Unidade
5 – Meditar para o auxílio ao próximo – individual ou em grupo
6 – Meditar sobre os chakras, mantras ou mandalas
7 – Procurar o autoconhecimento
8 – Procurar compreender a palavra dos grandes Mestres e como os seus ensinamentos poderão ajudar no nosso desenvolvimento pessoal
9 – Meditação para começar o dia ou alguma atividade específica
10 – "Existe em nós um poder capaz de transcender o pensamento – um estado em que não há conflito de idéias – onde tudo é harmonia. A meditação abrange todas as coisas, é ilimitada, infinita. Assim também eu sou infinito, ilimitado, transcendendo o espaço, por todas as partes - neste ponto cesse o pensamento e experimente a infinitude". (J. Krishnamurti)
De Sri Sathya Sai Baba:
- A prática da meditação implica a conquista progressiva da verdade, da justiça, da paz e do amor.
- Sem meditação é impossível governar a mente. Portanto, a meditação é essencial para mergulhar a mente na consciência suprema.